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FOTOGRAFIA ARTE TRABALHO E PAIXÃO

Categoria: Fotografia

Júlio Gomes
Durante muitos anos fui um grande apaixonado por fotografia, iniciei nessa arte ainda no início da década de 1980, quando os equipamentos fotográficos eram quase que inacessíveis, as câmeras eram ainda totalmente mecânicas e utilizava-se filmes de 35mm ou 120mm, médio formato, conforme a exigência do trabalho a ser feito.
Minha escola foi na prática revelando filmes preto e branco em um quarto escuro iluminado por uma pequena lâmpada vermelha de 15w de potência pra não comprometer, ou velar os negativos. Mesmo quando já se fotografava com filmes coloridos ainda assim dependíamos do pequeno laboratório para fazermos o mostruário para que o cliente escolhessem as fotografias que lhes interessavam, só depois disso eram ampliadas as cópias. Tudo era feito manualmente colocando-se um papel 20x30cm na base do ampliador e posicionando os negativos sobre esse. Dava-se um banho de luz por alguns segundos, depois retirava-se os negativos e o papel era mergulhado em uma bandeja contendo o líquido revelador, em minutos a imagem se revelava, passava-se o papel agora para uma outra bandeja contendo um liquido neutralizador para frear o processo, em seguida passava-se para outra bandeja com líquido fixador. Depois lavava-se em água corrente para retirar os produtos químicos utilizados no processo e colocava-se em uma espécie de varal para enxugar o papel, tudo isso ainda no escuro com a mísera luz vermelha de 15w.
Depois de todo o processo, era apresentada as pequenas amostrinhas P&B para o cliente que fazia a escolha das fotos a serem ampliadas. Foram anos de trabalhos artesanal, buscando sempre a excelência, pois o resultado final dependia exclusivamente do conhecimento técnico das câmeras na hora do clic, e da habilidade do laboratorista, que invariavelmente era sempre a mesma pessoa. Como tudo era feito sem antever o resultado, dependia-se de muitas experiências fracassadas para se obter um resultado aceitável. Anotava-se o que se fazia com todos os detalhes no processo de aprendizado, era a maneira como procedíamos para que quando alcançássemos sucesso em um procedimento, poderíamos repeti-lo.
Assim trabalhei apaixonadamente com fotografia durante muitos anos até a década de 2000, quando a Fotografia analógica foi substituída subitamente pelo processo digital.
Por alguns anos fui resistente a esse novo momento da fotografia, por fim depois de algum tempo aposentei meus equipamentos analógicos de última geração. E passei a buscar conhecimento nos equipamentos e processos digitais. Meu velho e romântico laboratório P&B, agora fora substituído por um moderno computador com programas destinados a arte da fotografia digital.
Fiz um curso de Photoshop no SENAC e confesso que me esforcei ao máximo para acompanhar as novidade do mundo da fotografia digital, mas já não era a mesma tesão de antes. Tudo ficou mais fácil e por conseguinte menos atrativo do que era. Hoje a fotografia está ao alcance de todos que possuem um smart fone (celular) e a arte ficou um tanto banalizada. Me preocupo com um certo apagão de memória que poderá acontecer nas próximas década pelo fato de poucas pessoas se atentarem em passar para o papel as imagens armazenadas em mídias digitais. Pois a verdadeira fotografia é aquela que está impressa em papel fotográfico, ademais são dados, esses dados podem ser perdidos facilmente.O papel fotográfico foi desenvolvido e aprimorado durante mais de 100 anos e possui uma durabilidade centenária. Hoje faço restaurações e cópias de fotos antigas através da ferramenta Photoshop. Passam por minhas mãos fotografias feitas ainda no século XIX, muitas delas em perfeito estado de conservação. Enquanto que muitas fotos feitas nesses últimos anos e armazenadas em mídias digitais, não confiáveis, já se perderam.
Confesso que não é saudosismo, e nem falta de vontade de buscar conhecimento na era digital, pois me mantenho constantemente atualizado das novas tecnologias e equipamentos mais avançados para se obter resultados de excelência, que é o que sempre me propus a entregar aos o meus clientes.
Aos principiantes na arte da fotografia, sugiro que busquem aprendizado em cursos existentes hoje, ou através de tutoriais na internet, mas o mais importante é conhecer a história da arte, para poder entender o que realmente é arte e diferenciá-lo de um processo mecânico meramente comercial.
Fotografia é arte, é paixão, é muito trabalho e muitas vezes não tão valorizado quanto merecia. No entanto é o profissional que dá valor ao seu trabalho.
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